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quinta-feira, 25 de julho de 2013

Cavalinho

Existem historias que tocam nossa alma, e foi justamente nesse ponto em que chegamos, era necessário apenas uma historia que tenha nos relativizado.

Esse exercício fez com que eu tomasse coragem para encarar os fatos dos últimos dois anos que continuavam encobertos pela falta de coragem de me olhar.

Uma das historias que  acabei de rever, foi muito simbólica e me fez refletir sobre as heranças emocionais.

O que não é seu, que foi passado à você por herança, raiva contida que vem de outra pessoa, vida que para e fica a espera, fica a sua espera.

Quanto tempo perdemos em função das dores do outro?

Outro esse que por amor eterno te presenteia com algo que diz respeito a ele mesmo, esse outro deseja apenas que você viva sua própria vida,  por isso presenteia com a mais bela história possível.

Mas em nome desse amor eterno, as vezes o outro ou nós mesmos, acabamos nos perdendo nas historias e o que era para ser uma simples história Sufi, vira um presente de grego.

Anos se passam, a vida para e aguarda o dia em que você irá despertar do sono profundo.

Vida essa que foi deixada de lado, enquanto houve um engajamento com o cavalo de troia.

Quantas vidas foram perdidas? Quantas historias deixaram de ser contadas? Quanto tempo foi necessário para que você se desse conta de que essa história não era para ser reciclada?

Mas quem dormiu no final da historia foi você, você que não ouviu atenciosamente até o final,  onde o narrador conta que era apenas mais uma historia e ponto final.

Isso me remete ao famoso conto de fadas da Bela Adormecida. Bela passa anos de sua vida dormindo a espera de um príncipe encantado montado num belo cavalo branco que irá beija-la apaixonadamente, irá despertá-la do sono profundo e a partir daí viverão feliz para sempre.

Mais uma vez o cavalo aparece na historia, o engraçado é que o Cavalo depende da velocidade para escapar de seus predadores e é um animal sociável que vive em grupos liderados por matriarcas, entre outras caracteristicas fortes e marcantes o cavalo teve um papel importante no transporte.

Mas fiquemos, por hora,  com a dependencia da velocidade  para escapar dos predadores.

Quem seria o predador? O ser que ama e que presenteia com um belo cavalo de Troia ou você que adormece e permite ser devorada?

A resposta seria rápida, o predador seria o ser que ama, pois esse presenteia como os troianos.

Mas não seria mais justo assumir que você é seu próprio predador, tendo em vista ter se apoderado da historia do outro e passado a vivê-la como verdade absolta?

Não existe verdade absoluta, o que existe são pontos de vistas e dependendo da ótica, a historia pode mudar completamente.

Mudando então a história e voltando aos contos de fadas...

Que herói seria esse?

Quem poderia vir montado em um cavalo branco para despertar a bela de seu sono profundo?

Nada mais heroico do que darmos o mérito a  consciência,  pois ela é o atributo que permite a uma pessoa a percepção, com certo grau de objetividade, do que se passa em torno de si (o mundo exterior) e dentro de si próprio (o mundo interior ou subjetivo).

O que você irá fazer com o cavalo é responsabilidade sua, afinal o ser que ama não parou a vida por causa de um  presente, muito pelo contrario, ele fez um cavalo, ele contou uma história , ele presenteou alguém, ele deixou sua marca no mundo.

O mais belo dessa histpria toda de histórias,  é o quanto a vida é generosa, e que mesmo tendo sido trocada por um cavalinho, ela ficou a espera para no momento certo acolher e descansar.